Rede social anunciou recurso para empreendedores marcarem produtos nas suas publicações e terem uma aba no perfil similar a uma loja virtual
São Paulo – Quem vende (ou busca) a decoração ou a roupa perfeita no Instagram sabe que, entre a inspiração e a compra, há um processo demorado. A negociação envolve desde diversas mensagens entre o empreendedor e cliente até o vai e volta entre diversos sites para concluir o pagamento.
Não, a rede social ainda não processa compras totalmente dentro de sua aplicação. Mas deu um passo importante para que seus usuários comprem mais – e que seus pequenos e médios empreendimentos façam mais vendas.
A partir desta semana, quem tem um perfil empresarial poderá ter uma aba gratuita com seu catálogo, em uma espécie de “loja virtual“, e abandonará de vez os posts misturados na timeline (veja o passo a passo abaixo).
Hoje, o Instagram possui 15 milhões de perfis comerciais e 80% dos usuários seguem algum negócio espontaneamente. A maioria dessas empresas é composta por pequenos e médios empreendimentos, muitos apostando em nichos empresariais. O Instagram não divulga dados específicos do Brasil.
“Além do óbvio benefício de colocar seus contatos no ambiente online e ser mais encontrado por seu público, o diferencial de estar no Instagram é receber um feedback direto sobre o comportamento dos consumidores e sobre seus produtos”, afirma Melissa Amorim, diretora de comunicação do Instagram para o Brasil. “Com os insights que a conta empresarial traz, você inova no momento mais ideal possível.”
Cases de sucesso
O recurso Compras no Instagram é testado nos Estados Unidos desde o segundo semestre do ano passado e reúne alguns cases de sucesso na hora de facilitar a conversão de clientes e aumentar as vendas.
A marca de roupas da moda Lulus diz que o recurso foi responsáveis 100 mil visitas ao seu e-commerce e 1.200 pedidos. Enquanto isso, a marca de acessórios e roupas para bebês spearmintLOVE destacou um tráfego 25% maior e um acréscimo de 8% em sua receita.
Hoje, o Compras no Instagram está disponível também na Alemanha, na Austrália, no Brasil, no Canadá, na Espanha, na França, na Itália e no Reino Unido.
Em terras nacionais, algumas lojas testaram o recurso nas últimas duas semanas são a pequena empresa de decoração Nama e o e-commerce híbrido de roupas Amaro – mas ainda não divulgaram os resultados financeiros dessa adoção.
Passo a passo
O primeiro passo para quem quer ter sua própria “loja virtual” no Instagram é vender produtos físicos que estejam de acordo com as políticas comerciais da rede social e ter um perfil comercial no Instagram (veja como).
Com tais requisitos cumpridos e a última versão do aplicativo instalada, os próximo passos são: é fazer publicações não-pagas de seus produtos e taggear todos os itens comercializáveis. Você pode, por exemplo, clicar em cima da foto de uma blusa (da mesma forma que taggeia um amigo em fotos pessoais) e inserir descrição e preço do item. É possível marcar mais de um produto na mesma foto.
O empreendedor terá a aba “loja” no perfil comercial, com o catálogo de produtos compráveis, apenas quando fizer nove postagens no formato descrito.
Os compradores podem identificar tais postagens pelo ícone de sacola de compras no canto das fotos. Quando o cliente clicar na etiqueta do produto desejado, será redirecionado para a página do item no e-commerce do empreendedor e clicará em comprar.
“A coisa mais frustrante é querer comprar um produto, clicar no link da descrição, acabar na página inicial de um site não otimizado para o mobile e ter de caçar aquele produto que você queria no começo. Por isso que a transação acontece no Instagram até o último passo, que é o da compra já na página do item desejado”, explica Amorim.
Por não permitir a compra diretamente na rede social, por enquanto, a “loja virtual” do Instagram fica entre aspas. Até agora, não há planos divulgados de incluir transações pelo aplicativo.
“O Instagram tem muito a ver com simplicidade, então evitamos incluir recursos que deixem a experiência do usuário mais complexa. Colocamos ferramentas que reproduzam comportamentos já vistos, como o Compras no Instagram, e as transações dependerão do que virmos com os compradores.”
Fonte: exame abril
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