Antes de mais nada, parabéns pela sua atitude e interesse. O empreendedorismo é um sonho para um número cada vez maior de brasileiros. O último relatório do GEM Brasil estima que, em 2016, em torno de 48 milhões de brasileiros com idade entre 18 e 64 anos estavam envolvidos na criação ou manutenção de algum negócio, na condição de empreendedor em estágio inicial ou estabelecido, e quase 32% da população na mesma faixa etária afirma que desejam ter seu próprio negócio.
Entretanto, a taxa de mortalidade ainda é muito alta, apesar de estar em queda. A pesquisa de 2016 do Sebrae indica que 23,4% das empresas abertas em 2012 não ultrapassou 2 anos (esse índice já foi de 45,8% para empresas abertas em 2008).
Ambas as pesquisas citadas, além de inúmeros outros trabalhos, apontam que alguns motivos contribuem de forma determinante para a sobrevivência (ou mortalidade) das empresas.
O primeiro é a situação antes da abertura: empresas abertas por pessoas sem emprego, com baixa experiência no ramo e que encontram como motivação uma necessidade, como exigência de um cliente/fornecedor costumam sobreviver menos.
O segundo fator é o planejamento: empresas com menor tempo de planejamento e com menor proporção de negociação com fornecedores e bancos também obtêm resultados piores. Demais fatores relacionam-se à capacidade de gestão do negócio e à capacitação em gestão empresarial. Aqui também o recado é claro: quem se capacita e faz boa gestão vai melhor que os demais.
Dado isso tudo, a recomendação é preparar um plano de negócios. Nele, você terá a oportunidade de conhecer melhor o ramo em que deseja trabalhar, identificando oportunidades e ameaças no setor e podendo definir, com clareza, um posicionamento e um modelo de negócios claro.
Adicionalmente, terá a oportunidade de planejar, com antecedência, os recursos necessários para a operação, sejam investimentos em equipamentos, pontos de venda e capital de giro, entre outros. Esse planejamento, que deve conter também uma análise financeira, poderá te dar subsídios para que você avalie se o negócio é realmente atrativo.
Caso os números não sejam favoráveis, não é demérito desistir da ideia ou voltar atrás para reformulá-la. Somente depois de estar convencido que o plano e o modelo de negócios “param de pé” (como dizem, nos termos do setor), você poderá ir atrás dos meios de financiamento, que podem incluir não só capital próprio, mas também financiamento de fornecedores, bancos ou investidores.
Mas saiba que todos eles, assim como a sua família, precisarão ser convencidos de que se trata de uma boa oportunidade. E um plano de negócios bem feito e consistente é um belo começo para tal. E lembre-se: uma vez com o barco na água, não deixe de investir em capacitação e gestão.
Fonte: exame
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