A internet possibilitou muitas facilidades para a sociedade em todo o mudo. Documentos, dinheiro, trabalho, lazer – tudo isso pode ser feito ou encontrado nas redes. Mas quando se fala em e-commerce, há quem acredite que esse mercado está saturado e não tem para onde crescer.
As vendas dos e-commerces vão parar de crescer?
O ano de 2020 foi marcado pela pandemia de Covid-19, situação que forçou boa parte da população a aderir ao comércio virtual nos mais diversos segmentos, e o e-commerce experimentou, então, um rápido e grande crescimento. Porém, com os casos da doença mais controlados e o retorno à “normalidade, o comércio eletrônico foi novamente impactado. Seria esse o fim do crescimento ou não?
Segundo dados da NielsenlQ Ebit, as vendas no e-commerce atingiram recorde de vendas em 2022. No entanto, também apresentaram sinais de estabilização. O canal está sendo mais requisitado pelo shopper, mas aconteceu uma redução do ticket médio, o que gerou um efeito de estabilidade nas vendas.
A quantidade de pedidos cresceu 7,9% em comparação com o ano de 2021. Em contrapartida, o valor do ticket médio teve uma queda de 7,5% comparado a 2021. O faturamento do comércio eletrônico no ano de 2021 chegou a R$ 258,5 bilhões com uma variação de 29,8% comparado a 2020, enquanto que no ano de 2022 chegou a R$ 262,7 bilhões, uma variação de apenas 1,6% em comparação com o ano anterior.
Essa pequena variação é devido ao fato de as categorias que possuem ticket médio alto apresentarem performances negativas. Em 2021, as maiores contribuições foram destas categorias: eletrodomésticos (24%), telefonia (22%) e informática (23%); em 2022, esses mesmos setores tiveram percentuais negativos (-1,4%), (-15,2%) e (-1,3%), respectivamente.
No entanto, nem tudo é queda. Entre as categorias de venda de ticket mais altos, a de eletrônicos obteve um crescimento de 9,8%.
Categorias com perspectivas de crescimento
As principais contribuições de crescimento passaram a vir de categorias com tickets de menor valor como casa e decoração, saúde, perfumaria e cosméticos, alimentos e bebidas.
Categoria Contribuição por ganho
Casa e decoração 17%
Saúde 12%
Perfumaria e cosméticos 12%
Alimentos e bebidas 8%
Em 2022, as categorias de rotina foram as grandes impulsionadoras do aumento em quantidade de pedidos: perfumes e cosméticos, saúde e bebê, com principal destaque para alimentos e bebidas, com variação de 82,8%, que passou, assim, para o TOP 3 de categorias com mais pedidos em 2022.
Categoria Importância e variação 2022×2021 %
Perfumaria e cosméticos 22,5%
Saúde 16,9%
Bebê 12,3%
Alimentos e bebidas 82,8%
Logo, percebe-se que houve uma nova mudança no comportamento: itens que não eram adquiridos pela na internet agora são, e até mesmo por pessoas que não costumavam comprar online.
Como evitar a estagnação do e-commerce
É importante manter-se atualizado nas tendências e se preparar para promover crescimento nas vendas e obter lucro com elas. A seguir, quatro análises que podem ajudar em alguma decisão relacionada ao e-commerce:
1. Vender para todo o Brasil
Não vale a pena limitar as ofertas para uma parte do Brasil. No quesito regiões, o norte, que comparado às regiões sul e sudeste é menos desenvolvido, teve variação positiva de 18%, destacando-se pelo crescimento expressivo nas vendas com ticket médio de 586 – logo, ganhou destaque como a região de maior ticket médio. As outras regiões também tiveram variação positiva, com exceção do centro-oeste. Dentro disso, ainda temos algumas limitações de logística para as regiões norte e nordeste, mas, se tivermos estratégias focadas nessas regiões, conseguimos impulsionar esse ponto.
2. Liberar pagamento no cartão
Com relação à forma de pagamento, vale a pena continuar pagando a taxa do cartão de crédito, pois essa foi a opção que liderou entre os meios de pagamentos com 80%, seguido por boleto bancário (14%), cartão da loja (3%), pagamento por celular (2%) e por último Pix (1%). A facilidade de poder parcelar as compras atrai muito os consumidores brasileiros. Para a loja online, com a compra via cartão, há a garantia da aprovação e da conversão daquele pedido; já no boleto, pode acontecer a desistência de compra pelo consumidor.
3. Oferecer frete grátis
O frete grátis ganhou importância nas operações: 49% dos pedidos tiveram frete grátis no Total Brasil. Porém, foi a região sudeste que liderou a contribuição por região no quesito frete grátis em 2022: a contribuição do sudeste foi de 60%, no nordeste 17%, no sul 12%, no centro-oeste 6% e no norte 5%.
Das mais de 1900 pessoas que responderam à pesquisa sobre aplicativos de entrega, 29% informaram utilizar aplicativo de compra para supermercado e 38% para compras de farmácia.
Os principais motivadores de compra em aplicativos de supermercado são: frete grátis, promoções de itens com preços menores, não precisar sair de casa, cupom de desconto e economia de tempo.
Portanto, vale a pena procurar parcerias logísticas que permitam oferecer, pelo menos em determinados períodos, a gratuidade da entrega.
4. Atenção com a concorrência
As compras em sites estrangeiros ganharam relevância. O percentual de pessoas que fizeram compras em sites internacionais é de 72%, o maior desde 2013. Houve também um aumento na frequência com que as pessoas realizam suas compras: o percentual de shoppers que realizaram compras em sites internacionais mais de dez vezes subiu de 11% para 15%. E os que fazem compras de seis a dez vezes subiu de 11% para 12%. É necessário ficar atento à concorrência para ter mais vantagens e não perder vendas para ela.
Assim, percebe-se que é importante ter resiliência e saber se adaptar às demandas do consumidor a fim de oferecer vantagens para colher os lucros.
Fonte: E-commerce Brasil
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